quarta-feira, 23 de janeiro de 2008



Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida a minha face?

Cecília Meireles




Foi difícil escolher um pra colocar aqui. Pensei em colocar um bem conhecido (que quiser vê-lo.. http://www.geocities.com/fedrasp/motivo.html), mas optei por esse aí, gostei. E me lembra uma música do Nando Reis, Não vou me adaptar, mais uma vez quem quiser.. Passo por email..

Um pouco de Cecília pra vcs:
"Poetisa, professora, pedagoga e jornalista, cuja poesia lírica e altamente personalista, freqüentemente simples na forma mas contendo imagens e simbolismos complexos, deu a ela importante posição na literatura brasileira do século XX. Nasceu no Rio de Janeiro e faleceu na mesma cidade. Casou-se duas vezes e deixou três filhas.
Órfã desde os 3 anos, foi criada pela avó. Desde cedo habituou-se ao exercício da solidão, tendo precocemente desenvolvido sua consciência e sensibilidade. Começou a escrever poesia aos 9 anos de idade. Tornou-se prefessora pública aos 16, destacando-se como aluna exemplar, merecendo a estima dos mestres. Dois anos depois iniciou sua carreira literária com a publicação de Espectros(1919), uma coleção de sonetos simbolistas."

Abraço, pessoal! o/
Rosália Souza.

Nenhum comentário: