sábado, 9 de agosto de 2008

Não sou alegre nem sou triste: sou poeta.


• Canção

No desequilíbrio dos mares,
as proas giram sozinhas...
Numa das naves que afundaram
é que certamente tu vinhas.

Eu te esperei todos os séculos
sem desespero e sem desgosto,
e morri de infinitas mortes
guardando sempre o mesmo rosto.

Quando as ondas te carregaram
meus olhos, entre águas e areias,
cegaram como os das estátuas,
a tudo quanto existe alheias.

Minhas mãos pararam sobre o ar
e endureceram junto ao vento,
e perderam a cor que tinham
e a lembrança do movimento.


E o sorriso que eu te levava
desprendeu-se e caiu de mim:
e só talvez ele ainda viva
dentro destas águas sem fim.


O que falar sobre a nossa Dama da Literatura?

Apesar da grandiosidade de suas obras, elas são extremamente suaves, simples.
Cecília Meireles consegui apresentar em suas obras a musicalidade, a efemeridade das coisas, a melancolia, o indefinido, a solidão.
Uma mistura de idéias que consegue fazer quem a lê, refletir sobre a vida, sobre o tempo.

É considerada a melhor de nossas poetisas modernas, quer pelos recursos expressivos, em contante busca da perfeição quer pela emoção que nos comunica.
Cecília viveu sua infância em companhia da avó, no Rio de Janeiro. Dedicou-se por vários anos ao magistério, de cuja experiência profissional resultou Criançam, meu amor, belíssimo livro para o curso de primeiro grau. Ministrou aulas de literatura brasileira e disciplinas correlatadas nas universidades federais do antigo Distrito Federal e do Texas (EUA). Viajou por vários países. Portugal foi o primeiro a reconhecer-lhe o mérito, antes mesmo que o Brasil a consagrasse como poetisa de extraordinário valor.

Abaixo, alguns sites interessantes sobre a nossa poetisa ou que contém algum conteúdo sobre ela.



Danilo Sátiro.

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