domingo, 20 de abril de 2008

Clarice Lispector

"...Porque eu me imaginava mais forte.
Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado:
pensava que, somando as compreensões, eu amava.
Não sabia que somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente.
...Porque eu, só por ter tido cari:o, pensei que amar é fácil.
É porque eu não quis o amor solene,
sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda
...É porque sempre tento chegar pelo meu modo.
É porque ainda não sei ceder.
É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria e não o que é.
É porque ainda não sou eu mesma,
e então o castigo é amar um mundo que não é ele..."



" Ao mesmo tempo que ousava desvelar as profundezas de sua alma em seus escritos, Clarice Lispector costumava evitar declarações excessivamente íntimas nas entrevistas que concedia, tendo afirmado mais de uma vez que jamais escreveria uma autobiografia. Contudo, nas crônicas que publicou no Jornal do Brasil entre 1967 e 1973, deixou escapar de tempos em tempos confissões que, devidamente pinçadas, permitem compor um auto-retrato bastante acurado, ainda que parcial. Isto porque Clarice por inteiro só os verdadeiramente íntimos conheceram e, ainda assim, com detalhes ciosamente protegidos por zonas de sombra. A verdade é que a escritora, que reconhecia com espanto ser um mistério para si mesma, continuará sendo um mistério para seus admiradores, ainda que os textos confessionais aqui coligidos possibilitem reveladores vislumbres de sua densa personalidade. "
{Pedro Karp Vasquez}
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Fragmentos retirados do site: http://www.claricelispector.com.br/
Visitem, muito bom o site.
E os próximos posts serão referidos a nossa querida e admirável Clarice.
Abraço, Danilo Sátiro.

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