tag:blogger.com,1999:blog-62589569954114833402024-03-12T22:12:51.672-07:00Entalpia Poética!Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.comBlogger31125tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-79230501572198377692009-01-04T15:55:00.000-08:002009-01-04T16:46:05.126-08:00Cesare PaveseFérias é um bom momento pra voltar a ativa. Coitadinho do nosso blog, tão solitário! Rsrs.. Com tantas poesias, ele havia de carregar algum sentimento poético: a solidão.<br /><br />Uns dias atrás, assistindo a emissora <em>Cultura</em> (muito boa por sinal, assistam, se desliguem um muito da Globo), vi um quadro sobre um poeta o qual nunca tinha ouvido falar, o italiano <em>Cesare Pavese</em>. Não pude deixar de dar uma olhada na internet sobre ele. Não vi muita coisa, além daqueles detalhes como nascimento, morte, principais obras e perfil. Pelo que li parecia ser uma pessoa triste, angustiada com as mazelas humanas, como muitos outros da época da Primeira Guerra Mundial.. Sim, ele viveu nessa época. E sua principal obra, suponho baseada na população oprimida pelas tensões da guerra, é <em>Trabalhar Cansa</em>.<br /><br />O que na verdade me chamou a atenção foi uma frase:<br /><strong>"O homem interessa-se tão pouco pelo próximo que até mesmo o cristianismo recomenda fazer o bem por amor a Deus."</strong><br />Achei essa frase bastante 'perigosa'. Isso pode causar um discurso teológico, sociológico, econômico bastante ferrenho.. Enfim, um rebuliço daqueles. Mesmo assim, achei a frase bastante interessante. Mostra a natureza humana aos olhos dele e talvez de muitos outros. Eu diria que é um instinto. E um instinto mutável. Há tantas coisas que podem nos dominar, e há também tantas coisas que com um pouquinho de racionalismo podemos reduzir a pó, a um entrave psicológico facilmente superável.<br />Discutir a verdadeira natureza humana talvez não seja tão fundamental, mas sim o que podemos fazer pra mudar alguns atos mecânicos, enfim, raciocinar mais para agir, se importar com as pessoas, aproveitar bem nosso tempo.<br />Os humanos certamente não devem conhecer a verdade, nossas verdades são nossas mentiras mais intenas.<br /><br />Quem quiser ver algumas frases dele: <a href="http://www.pensador.info/autor/Cesare_Pavese/">http://www.pensador.info/autor/Cesare_Pavese/</a><br /><br /><br /><br />Ahhh, novidade! Fizemos um fotolog. Quem quiser conferir: <a href="http://www.fotolog.com/entalpia_poetica">www.fotolog.com/entalpia_poetica</a><br />A ideia* é manter os dois. O fotolog é uma espécie de filial. Rs.<br /><br />*devido a reforma ortográfica, idéia agora é sem acento, tornando-se ideia.<br /><br />Um abraço e desculpem o texto bagunçado. <strong><span style="color:#ff0000;">Rosália Souza</span></strong>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-15798686887381211182008-10-26T14:49:00.000-07:002008-10-26T15:14:45.884-07:00Haia Lispector<div>"Já entrei contigo em comunicação tão forte que deixei de existir sendo. Tu tornas-te um eu. É tão difícil falar e dizer coisas que nunca podem ser ditas. É tão silencioso.Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois?Dificílimo contar: olhei pra vc por uns instantes, tais momentos são meu segredo.Houve o que se chama de comunhão perfeita...Eu chamo isso de estado agudo de felicidade."</div><br /><div></div><br /><div>Blog totalmente às moscas, perdoem. Cá estou dando uma breve atualização.</div><br /><div>Amo o Vinicius, mas não estava mais aguentando vê-lo toda vez que entrava no blog! rsrsrs..</div><br /><div></div><br /><div>Pra dar um 'oi', nada melhor que palavras de Clarice.</div><div> </div><div>Uma deixa: Haia, Vida em aramaico, era o verdadeiro nome de Clarice antes de chegar ao Brasil e Clarice interpretava seu sobrenome Lispector como Lis no peito, sendo assim, Haia Lispector significa 'Vida de lis no peito'. Lindo, não?</div><div> </div><div></div><div></div><div>Com carinho, <span style="color:#ff0000;">Rosália Souza</span>.</div><div> </div><div> </div>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-44437591689348519582008-08-14T15:38:00.000-07:002008-08-14T16:13:42.422-07:00Vinicíus de Moraes<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZYKpN8xZgdCDRO7WlKW_j-tU7xEH2bTCedQBEsTcYbl74F_16UqJePhYdS6ukt4SERqBHPqZFloJQrtO8TrymEKi-n8aG-UlACGANnIWwHTyONKErQ0OYkDh7TJPsvhQJO-CYb7JfaDrG/s1600-h/vini.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5234513243522258466" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZYKpN8xZgdCDRO7WlKW_j-tU7xEH2bTCedQBEsTcYbl74F_16UqJePhYdS6ukt4SERqBHPqZFloJQrtO8TrymEKi-n8aG-UlACGANnIWwHTyONKErQ0OYkDh7TJPsvhQJO-CYb7JfaDrG/s320/vini.jpg" border="0" /></a><span style="font-size:130%;"><br /></span><div><span style="font-family:times new roman;"><strong>• Soneto a Quatro Mãos</strong><br /><br /><em>Tudo de amor que existe em mim foi dado.</em><br /><em>Tudo que fala em mim de amor foi dito.</em><br /><em>Do nada em mim o amor fez o infinito</em><br /><em>Que por muito tornou-me escravizado.</em><br /><br /><em>Tão pródigo de amor fiquei coitado</em><br /><em>Tão fácil para amar fiquei proscrito.</em><br /><em>Cada voto que fiz ergueu-se em grito</em><br /><em>Contra o meu próprio dar demasiado.</em><br /><br /><em>Tenho dado de amor mais que coubesse</em><br /><em>Nesse meu pobre coração humano</em><br /><em>Desse eterno amor meu antes não desse.</em><br /><br /><em>Pois se por tanto dar me fiz engano</em><br /><em>Melhor fora que desse e recebesse</em><br /><em>Para viver da vida o amor sem dano.</em><br /><br /><strong>• Soneto De Separação</strong><br /><br /><em>De repente do riso fez-se o pranto</em><br /><em>Silencioso e branco como a bruma</em><br /><em>E das bocas unidas fez-se a espuma</em><br /><em>E das mãos espalmadas fez-se o espanto.</em><br /><br /><em>De repente da calma fez-se o vento</em><br /><em>Que dos olhos desfez a última chama</em><br /><em>E da paixão fez-se o pressentimento</em><br /><em>E do momento imóvel fez-se o drama.</em><br /><br /><em>De repente não mais que de repente</em><br /><em>Fez-se de triste o que se fez amante</em><br /><em>E de sozinho o que se fez contente.</em><br /><br /><em>Fez-se do amigo próximo, distante</em><br /><em>Fez-se da vida uma aventura errante</em><br /><em>De repente, não mais que de repente.</em><br /><em></em><br /></span><strong><span style="font-family:times new roman;">Desculpem esse rápido post, mas estamos ocupados, estudando.<br />Está difícil mas tentaremos o mais breve possível trazer inovações ao blog.<br />Bem, Vinicíus de Moraes dispensa comentários, não é mesmo?<br />Participou da Segunda Geração do Modernismo Brasileiro, enquadrou-se na poesia.<br />Vinicíus usou muito em suas obras o soneto, estilo clássico, estilo este que o Modernismo rejeitava.<br />Mas o Modernismo era tão liberal que era permitido até utilizar modelos que eles eram contra.<br />Bem, vou ficando por aqui. Quem quiser, confira algumas letras e poemas do nosso grande Vinicíus Moraes</span></strong><span style="font-family:times new roman;"><strong>.</strong> </span></div><br /><div><a href="http://letras.terra.com.br/vinicius-de-moraes/">http://letras.terra.com.br/vinicius-de-moraes/</a><br /><em><span style="font-family:Times New Roman;"></span></em><br /><em><span style="font-family:Times New Roman;color:#993399;"><strong>Danilo Sátiro.</strong></span></em></div>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-84663604915435817692008-08-09T19:35:00.000-07:002008-08-09T20:29:04.146-07:00Não sou alegre nem sou triste: sou poeta.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi574jgzXmOazqk9z5yWmjOndGfgoFHaFnnd96wXr-IxgZ7yqSdijhz2uxXndf2u9-caTrhEA2E2RW-hqeu9CY7KoeFFmIh3-geGcKPmPr68i2H-DBAt9bECpMh4MePvUY50piCjUfnNF35/s1600-h/c_meireles.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5232713330756629938" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi574jgzXmOazqk9z5yWmjOndGfgoFHaFnnd96wXr-IxgZ7yqSdijhz2uxXndf2u9-caTrhEA2E2RW-hqeu9CY7KoeFFmIh3-geGcKPmPr68i2H-DBAt9bECpMh4MePvUY50piCjUfnNF35/s320/c_meireles.jpg" border="0" /></a><br /><div align="center"><em><strong>• Canção</strong></em></div><div align="center"><br /><em><span style="color:#000000;"><strong>No desequilíbrio dos mares,<br />as proas giram sozinhas...<br />Numa das naves que afundaram<br />é que certamente tu vinhas.</strong></span></em></div><div align="center"><br /><em><span style="color:#000000;"><strong>Eu te esperei todos os séculos<br />sem desespero e sem desgosto,<br />e morri de infinitas mortes<br />guardando sempre o mesmo rosto.</strong></span></em></div><div align="center"><br /><em><span style="color:#000000;"><strong>Quando as ondas te carregaram<br />meus olhos, entre águas e areias,<br />cegaram como os das estátuas,<br />a tudo quanto existe alheias.</strong></span></em></div><br /><div align="center"><span style="color:#000000;"><strong><em>Minhas mãos pararam sobre o ar<br />e endureceram junto ao vento,<br />e perderam a cor que tinham<br />e a lembrança do movimento.</em><br /><br /></strong></span><em><span style="color:#000000;"><strong>E o sorriso que eu te levava<br />desprendeu-se e caiu de mim:<br />e só talvez ele ainda viva<br />dentro destas águas sem fim.</strong></span></em></div><br /><div><br /><strong><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:lucida grande;">O que falar sobre a nossa Dama da Literatura?</span><br /></span></strong></div><div><br /><strong><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:lucida grande;">Apesar da grandiosidade de suas obras, elas são extremamente suaves, simples.<br />Cecília Meireles consegui apresentar em suas obras a musicalidade, a efemeridade das coisas, a melancolia, o indefinido, a solidão.<br />Uma mistura de idéias que consegue fazer quem a lê, refletir sobre a vida, sobre o tempo.</span><br /></span></strong></div><div><span style="font-family:lucida grande;color:#ffffff;"><strong>É considerada a melhor de nossas poetisas modernas, quer pelos recursos expressivos, em contante busca da perfeição quer pela emoção que nos comunica.<br />Cecília viveu sua infância em companhia da avó, no Rio de Janeiro. Dedicou-se por vários anos ao magistério, de cuja experiência profissional resultou Criançam, meu amor, belíssimo livro para o curso de primeiro grau. Ministrou aulas de literatura brasileira e disciplinas correlatadas nas universidades federais do antigo Distrito Federal e do Texas (EUA). Viajou por vários países. Portugal foi o primeiro a reconhecer-lhe o mérito, antes mesmo que o Brasil a consagrasse como poetisa de extraordinário valor.</strong></span></div><br /><div><strong><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:lucida grande;">Abaixo, alguns sites interessantes sobre a nossa poetisa ou que contém algum conteúdo sobre ela.</span><br /></span></strong></div><div></div><br /><div><a href="http://www.releituras.com/cmeireles_bio."><span style="color:#ff0000;">http://www.releituras.com/cmeireles_bio.</span></a></div><div><a href="http://www.jornaldepoesia.jor.br/ceciliameireles.html"><span style="color:#ff0000;">http://www.jornaldepoesia.jor.br/ceciliameireles.html</span></a></div><div><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cec%C3%ADlia_Meireles"><span style="color:#ff0000;">http://pt.wikipedia.org/wiki/Cec%C3%ADlia_Meireles</span></a></div><br /><div></div><br /><div><strong><span style="color:#ff0000;">D</span>anilo</strong><span style="color:#ff6600;"> </span><span style="color:#ff0000;"><strong>S</strong></span><strong>átiro.</strong> </div>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-43405597277036276312008-08-03T10:19:00.000-07:002008-08-03T12:04:25.788-07:00Pedra e Bala - Cordel do Fogo Encantado<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1sUqIc-Sq5fYwUn5wLQNfbSLA2k2m2YBTxHo8VCRlKsB_6Jt6zVjtu2-YdbsqG1rdqTW4pqDofzR9kwXZI5Zot0QJ1W3p9B6akgMNIUs4Ua8IqyHPgn5QBEUUfhaIKs1A10eEbOmGB6uJ/s1600-h/palestino_tanque.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5230365340161785410" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1sUqIc-Sq5fYwUn5wLQNfbSLA2k2m2YBTxHo8VCRlKsB_6Jt6zVjtu2-YdbsqG1rdqTW4pqDofzR9kwXZI5Zot0QJ1W3p9B6akgMNIUs4Ua8IqyHPgn5QBEUUfhaIKs1A10eEbOmGB6uJ/s320/palestino_tanque.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><br /><div>Juntem as forças pra seguir nessa jornada<br />Busquem as forças pra lutar na sua própria batalha<br />A poeira subiu de ambos lados<br />Arames farpados olhos e punhos fechados e cerrados<br />A faca marcada pela mesma vida seca como a terra rachada<br />Uma sombra densa e pesasda eclipsando o que há de melhor na sua alma<br />O verdadeiro terror mais sufocante que o calor<br />Essa é a sua jaula<br />Os desertos se encontram de várias formas<br />Seja no espírito no solo ou na mente através de idéias tortas<br />Que produzem gente morta em escala industrial<br />Guerra pela terra<br />A pedra contra o tanque<br />Guerra altera a terra nada será como antes<br />Na inverção dos papéis do pequeno Davi contra Golias o gigante<br />Como os barões das mega corporações<br />Gigante como o coronelado dos grandes e pequenos sertões<br />Como vários e vários e vários Ubiratans<br />Com seus sanguinários batalhões<br />Que na sua prepotência e ignorância bélica<br />Não conseguirão perceber a força e a chegada certeira daquela pedra<br />Juntem as forças pra seguir nessa jornada<br />Busquem as forças pra lutar na sua própria batalha<br />Um beijo seco no portão do teu ouvido<br />Quebrando cercas pra chegar na nossa mira<br />A pedra curte a bala corre e voa<br />A pedra fura bala transpassa<br />A bala é quente e a pedra é crua como um gole de cachaça<br />Velho como teu projeto louco<br />Forte como quem chora de medo<br />Guerra pela terra<br />A pedra contra o tanque<br />Guerra altera a terra nada será como antes<br />Escuto em alto-falantes aquele som de cimento dessa muralha sem fim<br />E desejo q pedra e a bala<br />A santa paz fora do jogo<br />Pois o que fala alto é a pedra e bala<br />Naquela praça onde as crianças brincam,<br />Naquele prédio perto das estrelas<br />Naquele circo no qual quando chove não há espetáculo</div><div></div><br /><div>Música enorme, eu sei, mas merece sem dúvida ser lida com muita atenção e ser entendida. Pra falar a verdade todo o cd Transfiguração merece ser escutado, lido, sentido e entendido. Sempre escutei demais e fui me tocando no que ela queria dizer: Guerras, conflitos, a impotência dos desfavorecidos contra aqueles que detém o poder e a liderança. Lendo algumas coisas na internet e ouvindo opiniões de amigos fui descobrindo que fatos mais concretos estão presente na letra, como a guerra na palestina: Lirinha e BNegão disseram em uma entrevista na TV Cultura que a idéia da letra começou a nascer ao verem uma imagem, acredito que seja esta no iníco do post, em que palestinos jogavam pedras em tanques de guerra<em>(Guerra pela terra, a pedra contra o tanque).</em> Ouvi interprtações dizendo também que a música representa a guerra de canudos, abordada na obra Os Sertões de Euclides da Cunha, e aliás o subtítulo da música é Os sertões, então parece mesmo que tem haver(<em>A faca marcada pela mesma vida seca como a terra rachada</em>). E há ainda outro fato, que esse foi um dos mais marcantes, a palavra 'Ubiratan' pode não lembrar nada a vocês mas simplesmente Ubiratan Guimarães foi o coronel da PM que ordenou a invasão e o massacre na Penitenciária do Carandiru, em 1992. Quantos Ubiratans existem por ai? Vários.(<em>Gigante como o coronelado dos grandes e pequenos sertões, como vários e vários e vários Ubiratans, com seus sanguinários batalhões</em>). Acho que já deu pra entender a mensagem geral da música. A partir daqui, reflitam vocês sobre o mundo em que vivemos.</div><br /><div>Se quiserem saber mais sobre as músicas do cd Transfiguração e sobre a banda:</div><br /><div><a href="http://www.pstu.org.br/cultura_materia.asp?id=5801&ida=21">http://www.pstu.org.br/cultura_materia.asp?id=5801&ida=21</a></div><br /><div><a href="http://www.orkut.com.br/CommMsgs.aspx?cmm=18459&tid=2574699290486420156&start=1">http://www.orkut.com.br/CommMsgs.aspx?cmm=18459&tid=2574699290486420156&start=1</a> (tópico de orkut muito, muito, muito bom!)</div><div></div><br /><div><a href="http://www.cordeldofogoencantado.com.br/">http://www.cordeldofogoencantado.com.br/</a> </div><br />Vocês podem achar que esse post não tem muito haver como o blog, mas na verdade tem. Todas as músicas desse cd tem uma referência à literatura, nesses dois primeiros sites tem falando sobre isso. Não relatei(de forma rápida) todas porque quis ressaltar essa em especial, quis entrar mesmo no assunto. E difícil dizer isso, mas acho que a melhor desse cd.<br /><br /><br />Lembrem-se: "...devo estar prestes, que meus ombros não se devem curvar, que meus olhos não se devem deixar intimidar..." (Vinicius de Moraes)<br />Com carinho, <span style="color:#ff0000;"><strong>Rosália Souza</strong></span>.Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-42411711574715522572008-07-23T17:06:00.000-07:002008-07-23T17:39:04.129-07:00Ensaio sobre a cegueira<div align="justify">"Está morta, disse a mulher do médico, e a sua voz não tinha nenhuma expressão, se era possível uma voz assim, tão morta como a palavra que dissera, ter saído de uma boca viva. Levantou em braços o corpo subitamente desconjuntado, as pernas ensaguentadas, o ventre espancado, os pobres seios descobertos, marcados com fúria, uma mordedura num ombro, Este é o retrato do meu corpo, pensou, o retrato do corpo de quantas aqui vamos, entre estes insultos e as nossas dores não há mais do que uma diferença, nós, por enquanto, ainda estamos vivas."<br /><br />Eis aqui uma das mais marcantes passagens do livro Ensaio sobre a cegueira de José Saramago, escritor português ganhador do nobel em literatura.<br />Pra quem não conhece esse livro conta a história de uma sociedade em que todos ficaram repentinamente cegos, e junto com a visão foi-se também a idéia de humanização. A história se segue relatando um verdadeiro inferno, como se pode ver nesta passagem, em que mulheres bem ditas na sociedade precisam se dar aos malévolos para garantir seu pão de cada dia.<br />Leiam o livro, é mais interessante do que eu falando.. Rs...<br />E sim, há rumores de que será lançado um filme baseado nesse livro, ou melhor, mais do que rumores há notas na internet..<br /><a href="http://www.cinepop.com.br/filmes/ensaiosobrecegueira.htm">http://www.cinepop.com.br/filmes/ensaiosobrecegueira.htm</a><br /><br /><br /><br /></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZUPVyE6QtXi1OpXLyRbC_ESA4Lvvc58DToH3zRqb_f3F2TpcPvJcjmVTEp9LkChpJvx6CgZfjbg8-yVSpwpZXBlxrEyIAl0nr4b-Rkv2VgvD2DWfvZTfj9DmroU7FVcn-R_1oQ4zEcOt_/s1600-h/ensaiosobrecegueira_1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5226371966123605666" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZUPVyE6QtXi1OpXLyRbC_ESA4Lvvc58DToH3zRqb_f3F2TpcPvJcjmVTEp9LkChpJvx6CgZfjbg8-yVSpwpZXBlxrEyIAl0nr4b-Rkv2VgvD2DWfvZTfj9DmroU7FVcn-R_1oQ4zEcOt_/s320/ensaiosobrecegueira_1.jpg" border="0" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRdz1726Phq3EWf0D6Iea3Fo9oxwPCB9MZDpmB1Rh6Xdksce5vF1eHbTVx5lkcZt4qID59BYvNwK9J2_D2AUW_KX9OqvaMsKmqQzDyNBEP5tq2Sz-caV-zFQymT-uW03e3P1ISa8y616G9/s1600-h/ensaiosobrecegueira_6.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5226371971634884802" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRdz1726Phq3EWf0D6Iea3Fo9oxwPCB9MZDpmB1Rh6Xdksce5vF1eHbTVx5lkcZt4qID59BYvNwK9J2_D2AUW_KX9OqvaMsKmqQzDyNBEP5tq2Sz-caV-zFQymT-uW03e3P1ISa8y616G9/s320/ensaiosobrecegueira_6.jpg" border="0" /></a><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5226371973873245778" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0GuTk5nTI2wtf_lNCp6jx4z11I-nOtIsaySocZBxzieGKuCSNDhBl_UuPoWfaLTJgOMKJdpwcFcKvBm0lRnO6UiLAboPmvtTIh9Ix6a-fWSfT5a79KeyU4ZTeQRDOY1-H9vl8N_fykG4X/s320/ensaiosobrecegueira_3.jpg" border="0" /> <p align="center">Cenas do filme <em>Ensaio sobre a cegueira(Blindness)</em></p><div align="center"><em></em></div><div align="center"><strong></strong></div><div align="center"><strong></strong></div><div align="center"><strong></strong></div><div align="center"><strong></strong></div><div align="right"><strong></strong></div><div align="right"><strong></strong></div><div align="right"><strong>Rosália Souza.</strong></div>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-46656217392423662622008-07-11T19:35:00.000-07:002008-07-11T19:57:54.490-07:00<div>"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita, o amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.</div><br /><div>O amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.</div><div>...</div><div>O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte".</div><br /><div>(incompleto)</div><br /><div>Os três mal-amados - João Cabral de Melo Neto.</div><div></div><div></div><div>Muito lindo declamado por Lirinha, vocalista do Cordel do Fogo Encantado.</div><div></div><div></div><div>Pois é.. João Cabral de Melo Neto, "compreende"? Grande escritor.. ÉÉ! Primo do Manuel Bandeira e Gilberto Freyre; autor de Morte e Vida Severina, que foi musicado por Chico Buarque... E por aí vai :)</div><div><a href="http://www.releituras.com/joaocabral_bio.asp">http://www.releituras.com/joaocabral_bio.asp</a></div><div> </div><div></div><div></div><div>Aquele abraço, <span style="color:#000000;"><strong>Rosália Souza</strong></span>.</div>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-60533190319157714062008-06-22T21:32:00.001-07:002008-06-22T21:51:17.414-07:00Mestre Caeiro.<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxHFm613ZeH_JLXIpR393OHd-l2lIomq1FJyg7IjbdoH5OXrDhTOXYm90Ebxk3ikM8t1op7DFg41ymDD6jSBKjB71dVuK3Unle2wH4MBGB-LWqwIIuzKRqXg3dEVQGP-fai151SyB1JKOy/s1600-h/DSCF0661mneo.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5214933564504895458" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxHFm613ZeH_JLXIpR393OHd-l2lIomq1FJyg7IjbdoH5OXrDhTOXYm90Ebxk3ikM8t1op7DFg41ymDD6jSBKjB71dVuK3Unle2wH4MBGB-LWqwIIuzKRqXg3dEVQGP-fai151SyB1JKOy/s320/DSCF0661mneo.jpg" border="0" /></a> • <strong><em>Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.<br />Ambos existem; cada um como é.</em><br /><br /><br /><em>• É talvez o último dia da minha vida.<br />Saudei o sol, levantando a mão direita.<br />Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus,<br />Fiz sinal de gostar de o ver antes: mais nada.</em><br /><br /><span style="color:#ffffff;">{Alberto Caeiro}</span></strong></div><div align="center"> </div><div align="center"><strong>Heterônimo de Fernando Pessoa, Alberto Caeiro é considerado o mestre supremo de todos os heterônimos de Pessoa, homem do campo, Caeiro é o <em>'poeta sensação'</em>, ligado às percepções e à natureza. {Pertencente ao Modernismo Português} </strong><br /></div><div align="center"><strong>Poemas extraídos do livro:<em> <span style="color:#ffffff;">Poemas Completos de Alberto Caeiro.</span></em></strong></div><strong><em><span style="color:#ffffff;"></span></em><div align="center"><br /></div><div align="center">Ah, e a foto é do jardim lá de casa, xD~<br />Excelente semana para todos. :*<br /><br /><span style="color:#ff0000;"><span style="color:#ffffff;">D</span>anilo <span style="color:#ffffff;">S</span>átiro.</span></strong></div>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-35164948013558638152008-06-08T09:05:00.000-07:002008-06-08T09:17:47.887-07:00Ler Clarice é...<div align="left"><span style="font-family:georgia;"><span style="color:#ffffff;">Ler Clarice é viver em permanente estado de paixão. </span><br /><span style="color:#ffffff;">Ler Clarice exige uma mudança de postura do leitor no modo pelo qual ele se aproxima do texto. É que o texto de Clarice pede uma escuta atenta, uma entrega de quem o lê. Clarice fala de coisas presentes no nosso dia-a-dia, o modo pelo qual reagimos aos acontecimentos mais banais, como andar na rua, olhar-se ao espelho ou conversar com um amigo. Ela nos mostra, também, outras coisas vivenciadas interiormente, aqueles momentos sem palavras dos quais só o nosso coração testemunha. </span></span></div><div align="left"><span style="color:#ffffff;"></span><br /><span style="font-family:georgia;"><span style="color:#ffffff;">Clarice escreve textos como quem vai desvelando a realidade, sondando os gestos, os olhares; tudo tão sutilmente que quando o leitor se dá conta vê-se diante de um instante mágico, especial, ao reconhecer a sua vida, a si mesmo, através daquelas palavras.Ler Clarice é uma oportunidade de mudar o seu olhar diante do universo. É estar disponível para se aventurar no seu interior de forma irracional, sem censuras. Deixar-se levar pela imaginação, pela intuição e usá-las como forma de conhecimento. </span><br /><span style="color:#ffffff;"></span><br /><span style="color:#ffffff;">Ao publicar A paixão segundo G.H., Clarice escreveu uma pequena nota introdutória onde pedia que este livro só fosse lido por pessoas de alma já formada. Isso mostra até que ponto pode-se absorver o que o seu texto diz. Ao ler Clarice deve-se estar disposto a aceitar o não entendimento de determinados processos da vida. Clarice dizia: “Suponho que entender não seja uma questão de inteligência, mas uma questão de sentir, de entrar em contato.” Isso faz parte do caminho aberto pelo seu texto. Cada leitor contém a sua bagagem particular de experiências, sensações, acionadas no momento da leitura; Clarice sabe disso e valoriza estas particularidades. Seu texto é um convite permanente ao "viver ultrapassa todo o entendimento" (palavras de Clarice). </span><br /><span style="color:#ffffff;"></span><br /><span style="color:#ffffff;">Clarice escreveu crônicas, contos, romances, livros infantis, reportagens, páginas femininas, uma peça teatral, enfim, exercitou-se em diferentes registros de textos, mas imprimiu sua marca em todos eles: o texto interroga, faz o natural parecer sobrenatural, imprime um sentido ainda desconhecido por nós. </span><br /><span style="color:#ffffff;"></span><br /><span style="color:#ffffff;">Viver essa experiência de ser leitor de Clarice é uma aventura no que ela tem de imprevisível, surpreendente, perigoso, ao mesmo tempo é um presente porque quando se está lendo Clarice você se sente especial dentro deste universo criado por ela. Especial porque você consegue se reconhecer como um ser humano cheio de limitações, sujeito às adversidades da vida, ao fracasso, às crises, mas também capaz de trilhar um caminho repleto de descobertas, de sustos, de grandes alegrias, de momentos de êxtase, vertigens, delírios. </span><br /><span style="color:#ffffff;">Ler Clarice é a possibilidade de viver intensamente o que se é. </span><br /><br /><span style="color:#ffffff;">(Teresa Montero)</span><br /><br /><span style="color:#ffffff;">Teresa Montero é doutora em Letras pela PUC-Rio, autora de Eu sou uma pergunta – uma biografia de Clarice Lispector (1999), organizadora de Correspondências – Clarice Lispector (2002), Outros escritos e Aprendendo a viver imagens. </span><br /><br /><span style="color:#ffffff;">Retirado do site: </span></span><a href="http://www.claricelispector.com.br/"><span style="font-family:georgia;color:#000000;">http://www.claricelispector.com.br/</span></a><span style="font-family:georgia;"><span style="color:#000000;"><br /></span><span style="color:#ffffff;">Visitem, muito bom! =)</span><br /><span style="color:#ffffff;"></span><br /><span style="color:#ffffff;"></span><br /><strong><span style="color:#cc0000;">Danilo Sátiro.</span></strong></span></div>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-11563775402933374372008-06-06T14:13:00.000-07:002008-06-06T14:44:56.790-07:00Referência ao ModernismoAmar<br /><br />Que pode uma criatura senão,<br />senão entre criaturas, amar?<br />amar e esquecer,<br />amar e malamar,amar, desamar, amar?<br />sempre, e até de olhos vidrados, amar?<br /><br />Que pode, pergunto, o ser amoroso<br />sozinho, em rotação universal, senão<br />rodar também, e amar?<br />amar o que o mar traz à praia,<br />o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,<br />é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?<br /><br />Amar solenemente as palmas do deserto,<br />o que é entrega ou adoração expectante,<br />e amar o inóspito, o áspero,<br />um vaso sem flor, um chão de ferro,<br />e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.<br /><br />Este o nosso destino: amor sem conta,<br />distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,<br />doação ilimitada a uma completa ingratidão,<br />e na concha vazia do amor a procura medrosa,<br />paciente, de mais e mais amor.<br /><br />Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa<br />amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.<br /><br />Carlos Drummond de Andrade.<br /><br /><br /><br />Estudando o Modernismo vejo coisas muito legais. Esse grito ao direito da voz brasileira, essa agitação, fazer algo e não deixar que ditem nossas regras, literalmente, recriar o Brasil. Drummond não é meu preferiro, mas reconheço o quanto, como tantos outros, ele é bom. De Clarice nem preciso falar. Cecília, Graciliano com suas inovações, Rachel de Queirós representando a voz feminina.. Mundinho fascinante =) Por isso hoje e sempre, se interessem por literatura! Essa arte vai além de palavrinhas difíceis dispostas em métricas, ela é na verdade um relato, uma reflexão de tudo aquilo que nos ronda, por tanto é indispensável que leiamos para que não nos tornemos alienados e possamos, como nossos antecepassados, ter direito à um grito brasileiro.<br /><br /><strong><span style="color:#ccccff;">Rosália Souza.</span></strong>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-66707404507782881522008-05-06T18:18:00.000-07:002008-05-06T18:37:53.934-07:00M.B.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX8d52pa4fvNhRDYpUb8Oe3cRALxEMqebD1NhtYex577RF8OO9Z4hae-KtxRhz7Z2jSnJj9YbEi4Sdgmou_5LKc3Pkb4tC8y7raSPL-g1oL1Z6FPGPQ6S_4n-g3WdWP-uHlPesSc-TtoWK/s1600-h/MB.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5197442702607638770" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX8d52pa4fvNhRDYpUb8Oe3cRALxEMqebD1NhtYex577RF8OO9Z4hae-KtxRhz7Z2jSnJj9YbEi4Sdgmou_5LKc3Pkb4tC8y7raSPL-g1oL1Z6FPGPQ6S_4n-g3WdWP-uHlPesSc-TtoWK/s320/MB.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Balada do rei das sereias<br />(Dorival Caymmi e Manuel Bandeira)<br /><br />O rei atirou<br />Seu anel ao mar<br />E disse às sereias:<br />- Ide-o lá buscar,<br />Que se o não trouxerdes<br />Virareis espuma<br />Das ondas do mar!<br /><br />Foram as sereias,<br />Não tardou, voltaram<br />Com o perdido anel<br />Maldito o capricho<br />De rei tão cruel!<br /><br />O rei atirou<br />Grãos de arroz ao mar<br />E disse às sereias:<br />- Ide-os lá buscar,<br />Que se os não trouxerdes<br />Virareis espuma<br />Das ondas do mar!<br /><br />Foram as sereias<br />Não tardou, voltaram,<br />Não faltava um grão.<br />Maldito capricho<br />De mau coração!<br /><br />O rei atirou<br />Sua filha ao mar<br />E disse às sereias:<br />- Ide-a lá buscar,<br />Que se a não trouxerdes<br />Virareis espuma<br />Das ondas do mar!<br /><br />Foram as sereias...<br />Quem as viu voltar?...<br />Não voltaram nunca!<br />Viraram espuma<br />Das ondas do mar.<br /><br /><br /><br /><br /><p></p><br /><br /><br />Dorival Caymmi? Sim, foi assim que achei na internet, mas não tenho certeza, pois no livro que estou lendo de M.B. não faz nenhuma menção à este fato. E sobre o livro, o dito cujo é <em>Estrela da vida inteira</em>, reune sua poesia completa, é óóttimo!<br />Pobre Manuel, teve uma vida tão atormentada, como deve ser viver esperando a morte?<br /><br />Bem, não é um poema ÓÓÓ :O, mas eu achei super engraçadinho! Quando li, gostei =)<br />E pra fugir um pouquinho da minha eterna temática, ninguém merece tanta tristeza.. rs..<br /><br />Bem, sem mais demora.. Abraço!<br /><br /><br /><span style="color:#ccccff;">Rosália Souza</span>.Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-89538575719299697462008-04-20T08:34:00.000-07:002008-04-20T08:41:58.794-07:00Clarice Lispector<div align="center"><em>"...Porque eu me imaginava mais forte.<br />Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado:<br />pensava que, somando as compreensões, eu amava.<br />Não sabia que somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente.<br />...Porque eu, só por ter tido cari:o, pensei que amar é fácil.<br />É porque eu não quis o amor solene,<br />sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda<br />...É porque sempre tento chegar pelo meu modo.<br />É porque ainda não sei ceder.<br />É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria e não o que é.<br />É porque ainda não sou eu mesma,<br />e então o castigo é amar um mundo que não é ele..."<br /></em><br /><br /><br />" Ao mesmo tempo que ousava desvelar as profundezas de sua alma em seus escritos, Clarice Lispector costumava evitar declarações excessivamente íntimas nas entrevistas que concedia, tendo afirmado mais de uma vez que jamais escreveria uma autobiografia. Contudo, nas crônicas que publicou no Jornal do Brasil entre 1967 e 1973, deixou escapar de tempos em tempos confissões que, devidamente pinçadas, permitem compor um auto-retrato bastante acurado, ainda que parcial. Isto porque Clarice por inteiro só os verdadeiramente íntimos conheceram e, ainda assim, com detalhes ciosamente protegidos por zonas de sombra. A verdade é que a escritora, que reconhecia com espanto ser um mistério para si mesma, continuará sendo um mistério para seus admiradores, ainda que os textos confessionais aqui coligidos possibilitem reveladores vislumbres de sua densa personalidade. "<br /><strong>{Pedro Karp Vasquez}</strong></div><div align="center"> </div><div align="center">-</div><div align="center"><br />Fragmentos retirados do site: <a href="http://www.claricelispector.com.br/">http://www.claricelispector.com.br/</a></div><div align="center">Visitem, muito bom o site.</div><div align="center">E os próximos posts serão referidos a nossa querida e admirável Clarice.</div><div align="center"> </div><div align="center">Abraço, <strong><span style="color:#ff0000;">Danilo Sátiro.</span></strong></div>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-3403800812487383942008-04-05T19:27:00.000-07:002008-04-05T20:05:40.384-07:00Salvador Dali<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqoY0WvNMdguzHLbzr3FxEWSZUkrqTYTbf5gWI0KN3fYyUJIjgx5ZuNcmtah4xprc7-2FDYfH-i07-a7IyxxycStTkIQDBC-uoUaGH7RqP3sjuOw-vdXgdtmPIP-jjIIdcHbVpJ8O00epz/s1600-h/metamorfose+de+narciso.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5185959038370906530" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqoY0WvNMdguzHLbzr3FxEWSZUkrqTYTbf5gWI0KN3fYyUJIjgx5ZuNcmtah4xprc7-2FDYfH-i07-a7IyxxycStTkIQDBC-uoUaGH7RqP3sjuOw-vdXgdtmPIP-jjIIdcHbVpJ8O00epz/s320/metamorfose+de+narciso.jpg" border="0" /></a> <strong>Metamorfose de Narciso</strong></div><p align="center">Quadro de Salvador Dali análogo à lenda de Narciso: homem que era fissurado pela própria beleza e ia comtemplar-se todos os dias no reflexo do rio, mas certo dia, caiu no rio e morreu afogado. No lugar onde morreu, brotou uma flor a qual denominaram 'Narciso'.</p><p align="center"></p><div align="center"><br /></div><p align="center">"Salvador Dalí (Figueres, 11 de Maio de 1904 — Figueres, 23 de Janeiro de 1989) foi um importante pintor catalão, conhecido pelo seu trabalho surrealista. O trabalho de Dalí chama a atenção pela incrível combinação de imagens bizarras, como nos sonhos, com excelente qualidade plástica. Dalí foi influenciado pelos Mestres da Renascença, e foi um artista com grande talento e imaginação. Tinha uma reconhecida paixão por atitudes e por fazer coisas extravagantes destinadas a chamar a atenção, o que por vezes aborrecia aqueles que apreciavam a sua arte, ao mesmo tempo que incomodava os seus críticos, uma vez que a sua forma de estar teatral e excêntrica tendia a eclipsar o seu trabalho no que à notoriedade diz respeito."</p><p align="center">Salvador Dali foi um dos maiores expoentes do Surrealismo(vanguarda européia)</p><div align="center"></div><div align="center"><br /></div><p align="center"></p><div align="center"><br /></div><p align="center">Pense um artista que inquieta! Os quadros de Dali são muito intrigantes e cada vez mais que conheço me surpreendo.. Confiram ai algumas obras desse magnífico pintor espanhol!</p><p align="center"><a href="http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.andreiaeluiz.com.br/Fotos/sd24.jpg&imgrefurl=http://www.andreiaeluiz.com.br/salvador1.htm&h=398&w=448&sz=37&hl=pt-BR&start=2&tbnid=JSG7WqVydg5MBM:&tbnh=113&tbnw=127&prev=/images%3Fq%3Dcanibalismo%2Bde%2Boutono%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR">http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.andreiaeluiz.com.br/Fotos/sd24.jpg&imgrefurl=http://www.andreiaeluiz.com.br/salvador1.htm&h=398&w=448&sz=37&hl=pt-BR&start=2&tbnid=JSG7WqVydg5MBM:&tbnh=113&tbnw=127&prev=/images%3Fq%3Dcanibalismo%2Bde%2Boutono%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR</a></p><div align="center"><br /></div><p align="center"></p><div align="center"><br /></div><p align="center">Com carinho, <span style="color:#ccccff;">Rosália Souza</span></p>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-53953242936024340532008-03-17T15:34:00.000-07:002008-03-17T15:54:39.898-07:00Carlos Drummond de Andrade<div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>Ausência</strong></span></div><div align="center"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>Por muito tempo achei que a ausência é falta.</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>E lastimava, ignorante, a falta.</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>Hoje não a lastimo.</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>Não há falta na ausência.</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>A ausência é um estar em mim.</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>que rio e danço e invento exclamações alegres,</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>porque a ausência assimilada,</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>ninguém a rouba mais de mim.</strong></span></div><div align="center"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~<br />Amor e Seu Tempo</strong></span></div><div align="center"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>Amor é privilégio de maduros</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>estendidos na mais estreita cama,</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>que se torna a mais larga e mais relvosa,</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>roçando, em cada poro, o céu do corpo.</strong></span></div><div align="center"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>É isto, amor: o ganho não previsto,</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>o prêmio subterrâneo e coruscante,</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>leitura de relâmpago cifrado,</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>que, decifrado, nada mais existe.</strong></span></div><div align="center"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>Valendo a pena e o preço do terrestre,</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>salvo o minuto de ouro no relógio</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>minúsculo, vibrando no crepúsculo.</strong></span></div><div align="center"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>Amor é o que se aprende no limite,</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>depois de se arquivar toda a ciência</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>herdada, ouvida. </strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>Amor começa tarde.</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong></strong></span></div><div align="center"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>Poeta, cronista, contista e tradutor brasileiro. Sua obra traduz a visão de um individualista comprometido com a realidade.O poeta trabalha sobretudo com o tempo, em sua cintilação cotidiana e subjetiva, no que destila do corrosivo, no que desmonta, dispersa, desarruma, do berço ao túmulo - do indivíduo ou de uma cultura.</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;"><strong>Em Sentimento do mundo (1940), em José (1942) e sobretudo em A rosa do povo (1945), Drummond lançou-se ao encontro da história contemporânea e da experiência coletiva, participando, solidarizando-se social e politicamente, descobrindo na luta a explicitação de sua mais íntima apreensão para com a vida como um todo. A surpreendente sucessão de obras-primas, nesses livros, indica a plena maturidade do poeta, mantida sempre.</strong></span></div><div align="center"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;color:#3333ff;"><strong>Danilo Sátiro.</strong></span></div>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-60194878247625926622008-03-14T18:16:00.000-07:002008-03-14T18:54:48.447-07:00<strong>Não sei quantas almas tenho</strong><br /><br />Não sei quantas almas tenho.<br />Cada momento mudei.<br />Continuamente me estranho.<br />Nunca me vi nem acabei.<br />De tanto ser, só tenho alma.<br />Quem tem alma não tem calma.<br />Quem vê é só o que vê,<br />Quem sente não é quem é,<br />Atento ao que sou e vejo,<br />Torno-me eles e não eu.<br />Cada meu sonho ou desejo<br />É do que nasce e não meu.<br />Sou minha própria paisagem;<br />Assisto à minha passagem,<br />Diverso, móbil e só,<br />Não sei sentir-me onde estou.<br />Por isso, alheio, vou lendo<br />Como páginas, meu ser.<br />O que sogue não prevendo,<br />O que passou a esquecer.<br />Noto à margem do que li<br />O que julguei que senti.<br />Releio e digo : "Fui eu ?"<br />Deus sabe, porque o escreveu.<br /><br /><strong>Fernando Pessoa<br /></strong><br />É, Fernando Pessoa tá em alta aqui nesse blog. Mas é porque sempre tem coisas legais dele.. Então, vamos postar =) Aliás, postar aqui está difícil. Maaaass, na medida do possível, mechendo uns pauzinhos aqui outros ali, traremos aos poucos poemas pra vocês =)<br />Abraço pessoal! <span style="color:#ccccff;"><strong>Rosália Souza</strong>.</span>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-45807862714928725452008-03-04T17:22:00.000-08:002008-03-04T18:05:28.083-08:00Álvares de Azevedo<strong></strong><br /><strong>Anjos do mar</strong><br /><br />As ondas são anjos que dormem no mar,<br />Que tremem, palpitam, banhados de luz...<br />São anjos que dormem, a rir e sonhar<br />E em leito d'escuma revolvem-se nus!<br /><br />E quando de noite vem pálida a lua<br />Seus raios incertos tremer, pratear,<br />E a trança luzente da nuvem flutua,<br />As ondas são anjos que dormem no mar!<br /><br />Que dormem, que sonham- e o vento dos céus<br />Vem tépido à noite nos seios beijar!<br />São meigos anjinhos, são filhos de Deus,<br />Que ao fresco se embalam do seio do mar!<br /><br />E quando nas águas os ventos suspiram,<br />São puros fervores de ventos e mar:<br />São beijos que queimam... e as noites deliram,<br />E os pobres anjinhos estão a chorar!<br /><br />Ai! quando tu sentes dos mares na flor<br />Os ventos e vagas gemer, palpitar,<br />Por que não consentes, num beijo de amor<br />Que eu diga-te os sonhos dos anjos do mar?<br /><br /><br /><br /><strong>Soneto VII</strong><br /><br />Já da morte o palor me cobre o rosto,<br />Nos lábios meus o alento desfalece,<br />Surda agonia o coração fenece,<br />E devora meu ser mortal desgosto!<br /><br />Do leito embalde no macio encosto<br />Tento o sono reter!... já esmorece<br />O corpo exausto que o repouso esquece...<br />Eis o estado em que a mágoa me tem posto!<br /><br />O adeus, o teu adeus, minha saudade,<br />Fazem que insano do viver me prive<br />E tenha os olhos meus na escuridade,<br /><br />Dá-me a esperança com que o ser mantive!<br />Volve ao amante os olhos por piedade,<br />Olhos por quem viveu quem já não vive!<br /><br /><br /><br />Um poeta que ainda não teve um espaçinho no nosso blog: Álvares de Azevedo, um dos maiores expoenetes da 2ª geração do Romantismo(o mal do século, ou Byronismo, por conta de Lord Byron, que serviu de grande inspiração para este poeta).<br /><a href="http://www.mundocultural.com.br/index.asp?url=http://www.mundocultural.com.br/literatura1/romantismo/alvares.htm">http://www.mundocultural.com.br/index.asp?url=http://www.mundocultural.com.br/literatura1/romantismo/alvares.htm</a>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-85401006217149352372008-03-01T10:45:00.000-08:002008-03-01T10:49:45.103-08:00Fernando Pessoa!<span style="font-family:times new roman;"><strong>Segue o teu destino,</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Rega as tuas plantas,</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Ama as tuas rosas.</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>O resto é a sombra</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>De árvores alheias. </strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong></strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>A realidade</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Sempre é mais ou menos</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Do que nós queremos.</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Só nós somos sempre</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Iguais a nós próprios. </strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong></strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Suave é viver só.</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Grande e nobre é sempre</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Viver simplesmente.</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Deixa a dor nas aras</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Como ex-voto aos deuses.</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong></strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong> Vê de longe a vida.</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Nunca a interrogues.</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Ela nada pode</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Dizer-te. </strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>A resposta</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Está além dos deuses.</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong></strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Mas serenamente</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Imita o Olimpo</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>No teu coração.</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Os deuses são deuses</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Porque não se pensam. </strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong></strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>{Ricardo Reis, 1-7-1916}</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong></strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong></strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong></strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Nada sou, nada posso, nada sigo. </strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Trago, por ilusão, meu ser comigo. </strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Não compreendo compreender, nem sei </strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Se hei de ser, sendo nada, o que serei.</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong> Fora disto, que é nada, sob o azul </strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Do lato céu um vento vão do sul </strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Acorda-me e estremece no verdor. </strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Ter razão, ter vitória, ter amor</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong> Murcharam na haste morta da ilusão.</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong> Sonhar é nada e não saber é vão. </strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>Dorme na sombra, incerto coração.</strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong></strong></span><br /><span style="font-family:times new roman;"><strong>{ Fernando Pessoa}</strong></span><br /><br /><br /><strong><span style="color:#ff0000;">Danilo Sátiro!</span></strong>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-48628247051605464612008-02-24T08:07:00.000-08:002008-02-26T15:00:31.848-08:00<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjx_PDcIoE45V6J_QV2xat_AB4CXnVQxiyjwxZgBn2SnYoGhnGl69H5pep1e_B_OwsKSeFIv8QxsPWmJZhwiu6i154xR5yzgPi3vyyt4jH-e7u-oc_qrwLkMznMqXtPw55_T_tK8EkVgG8z/s1600-h/mesa.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5170584456556103570" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjx_PDcIoE45V6J_QV2xat_AB4CXnVQxiyjwxZgBn2SnYoGhnGl69H5pep1e_B_OwsKSeFIv8QxsPWmJZhwiu6i154xR5yzgPi3vyyt4jH-e7u-oc_qrwLkMznMqXtPw55_T_tK8EkVgG8z/s320/mesa.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><div align="center">Almost Blue</div><div align="center">"Sirva-se de mais um drinque<br /></div><div align="center">A felicidade não estará no gelo,</div>mas quem sabe?<br />Aliás, quem sabe você não a encontre<br />no próximo gole?<br />Lembre-se de sorrir quando acenderem<br />o seu cigarro<br />e de não deixar a chama iluminar o descaso<br />que você tem em viver"<br /><br />(Sem título)<br />"Seus olhos marejam com tanta felicidade.<br />Duas pedras cravadas em branco mármore,<br />pequenas bolotas castanho-escuro. Tão tristes<br />quanto umidecidas. Chora,<br />chora logo, antes que, de tanto conter-se,<br />seus olhos - em vez de lágrimas - rolem<br />feito bolas de gude."<br /><br />Fernando Young, em <em>Dores do Amor Romântico.</em><br /><em></em><br />Fernanda Young tem seis romances publicados, incluindo "Atitmética", lançado pela <em>Edioro</em> em 2004. "Dores do amor Romântico" é o seu primeiro livro de poesia e, prevê a escritora, o único. Por este e outros motivos, trata-se de uma obra rara, onde o herói e voluntarioso amor, exposto com toda a sua coragem, precipitado, e claro, dor. Bem-vindo a este duelo, onde ninguém é poupado.<br /><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernanda_Young">http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernanda_Young</a><br /><br />Beeem.. Um pouco de literatura comtemporânea pra vocês. Fernanda Young tem apenas 38 aninhos, tem a biografia aí nesse site.<br /><br />Blog estava desatualizado, porém não esquecido =) Sempre venho aqui e fico namorado ele.. Hehehe.. é um xodó só! Obrigado a todos que têm nos visitado. O motivo de não estarmos postando creio que seja tempo e material. Mas cá estou eu postando umas poesias pra vocês. Espero que gostem. Eu achei legal. E sim, créditos pra Tarcila Valéria, o livro de onde extraí as poesias é dela! Hhehehe.. Aproveitando a seção créditos: vejam(quem quiser) meu flickr, essa foto foi de lá. </div><div align="center"><a href="http://www.flickr.com/photos/rosa_souza">http://www.flickr.com/photos/rosa_souza</a><br />Um beeeeijo. <span style="color:#ff0000;"><strong>Rosália Souza</strong></span>. </div>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-66436618612607252362008-02-15T18:21:00.000-08:002008-02-15T18:39:43.716-08:00Fernando Pessoa!<div align="center"><br /><span style="color:#ffffff;">"Nesta vida, em que sou meu sono, </span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">Não sou meu dono,</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">Quem sou é quem me ignoro e vive</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">Através desta névoa que sou eu</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">Todas as vidas que eu outrora tive,</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">Numa só vida.</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">Mar sou; baixo marulho ao alto rujo,</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">Mas minha cor vem do meu alto céu,</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">E só me encontro quando de mim fujo. </span></div><div align="center"><br /><span style="color:#ffffff;">Quem quando eu era infante me guiava</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">Senão a vera alma que em mim estava?</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">Atada pelos braços corporais,</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">Não podia ser mais.</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">Mas, certo, um gesto, olhar ou esquecimento</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">Também, aos olhos de quem bem olhasse</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">A Presença Real sob disfarce</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">Da minha alma presente sem intento."</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;"></span></div><div align="center"><br /><span style="color:#ffffff;">Fernando Pessoa, nascido em Lisboa no dia 13 de junho de 1888, foi aclamado não apenas como o maior poeta português do século XX, como também figura entre os melhores do mundo.<br />Sua obra complexa e com forte teor filosófico suscitou, em um ensaio crítico, a indicação de Roman Jakobson (lingüista russo), para que seu nome seja incluso entre artistas do porte de James Joyce, Pablo Picasso e Igor Stravinski. </span></div><div align="center"></div><div align="center"><span style="color:#ff0000;"><strong>Danilo Sátiro</strong>.</span></div>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-3845867680935913642008-02-10T16:34:00.000-08:002008-02-11T11:40:13.121-08:00Ainda uma vez Adeus - Gonçalves Dias<div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;">I - Enfim te vejo! — enfim posso, Curvado a teus pés, dizer-te, Que não cessei de querer-te, Pesar de quanto sofri.Muito penei! Cruas ânsias, Dos teus olhos afastado, Houveram-me acabrunhadoA não lembrar-me de ti!</span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:Arial;"></span></strong> </div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;">II - Dum mundo a outro impelido, Derramei os meus lamentosNas surdas asas dos ventos, Do mar na crespa cerviz!Baldão, ludíbrio da sorteEm terra estranha, entre gente, Que alheios males não sente, Nem se condói do infeliz!</span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:Arial;"></span></strong> </div><div align="center"><strong><span style="font-family:Arial;"></span></strong> </div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;">III - Louco, aflito, a saciar-meD'agravar minha ferida,Tomou-me tédio da vida,Passos da morte senti;Mas quase no passo extremo,No último arcar da esp'rança,Tu me vieste à lembrança:Quis viver mais e vivi!</span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:Arial;"></span></strong> </div><div align="center"><strong><span style="font-family:Arial;"></span></strong> </div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;">IV - Vivi; pois Deus me guardavaPara este lugar e hora!Depois de tanto, senhora,Ver-te e falar-te outra vez;Rever-me em teu rosto amigo,Pensar em quanto hei perdido,E este pranto doloridoDeixar correr a teus pés.</span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:Arial;"></span></strong> </div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;">V - Mas que tens? Não me conheces?De mim afastas teu rosto?Pois tanto pôde o desgostoTransformar o rosto meu?Sei a aflição quanto pode,Sei quanto ela desfigura,E eu não vivi na ventura...Olha-me bem, que sou eu!</span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:Arial;"></span></strong> </div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;">VI - Nenhuma voz me diriges!...Julgas-te acaso ofendida?Deste-me amor, e a vidaQue me darias — bem sei;Mas lembrem-te aqueles ferosCorações, que se meteramEntre nós; e se venceram,Mal sabes quanto lutei!</span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:Arial;"></span></strong> </div><div align="center"><strong><span style="font-family:Arial;"></span></strong> </div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;">X - Tudo, tudo; e na misériaDum martírio prolongado,Lento, cruel, disfarçado,Que eu nem a ti confiei;"Ela é feliz (me dizia)"Seu descanso é obra minha."Negou-me a sorte mesquinha...Perdoa, que me enganei.</span></strong></div><div align="center"> </div><div align="center"> </div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;">XVI - Dói-te de mim, que t'imploroPerdão, a teus pés curvado;Perdão!... de não ter ousadoViver contente e feliz!Perdão da minha miséria,Da dor que me rala o peito,E se do mal que te hei feito,Também do mal que me fiz!</span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:Arial;"></span></strong> </div><div align="center"><strong><span style="font-family:Arial;"></span></strong> </div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;">XVII - Adeus qu'eu parto, senhora;Negou-me o fado inimigoPassar a vida contigo,Ter sepultura entre os meus;Negou-me nesta hora extrema,Por extrema despedida,Ouvir-te a voz comovidaSoluçar um breve Adeus!</span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:Arial;"></span></strong> </div><div align="center"><strong><span style="font-family:Arial;"></span></strong> </div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;">XVIII - Lerás porém algum diaMeus versos d'alma arrancados,D'amargo pranto banhados,Com sangue escritos; — e entãoConfio que te comovas,Que a minha dor te apiadeQue chores, não de saudade,Nem de amor, — de compaixão,</span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><br /><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;">Obtido em : </span><a href="http://pt.wikisource.org/wiki/Ainda_uma_vez_-_Adeus"><span style="font-family:arial;color:#000000;">http://pt.wikisource.org/wiki/Ainda_uma_vez_-_Adeus</span></a></strong></div><div align="center"><strong><span style="color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;">Bem, como vocês deve ter percebido o poema não está completo. Ele realmente muito grande, então escolhi os versos mais marcantes do poema, quer quiser o link está aí em cima, e conferir o poema todo.</span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;">Gonçalves Dias , grande poeta do Romantismo da primeira geração,conhecida também como nacionalista ou indianista, é considerado o consolidador do Romantismo no Brasil.</span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;">No link acima, também traz informações do poeta. Quem quiser conferir, não irá se arrepender.</span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#000000;">Desculpem a ausência,mas as aulas começaram e isso complica um pouco, mas faremos o possível para sempre atualizar o blog! E é isso,boa semana a todos e muita literatura! ^^</span></strong></div><div align="center"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;color:#ffffff;">Danilo Sátiro.</span></strong></div><div align="left"></div>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-44033816851371452312008-02-04T11:29:00.000-08:002008-02-06T10:08:05.066-08:00PerfeiçãoVamos celebrar a estupidez humana<br />A estupidez de todas as nações<br />O meu país e sua corja de assassinos<br />Covardes, estupradores e ladrões<br />Vamos celebrar a estupidez do povo<br />Nossa polícia e televisão<br />Vamos celebrar nosso governo<br />E nosso Estado, que não é nação<br />Celebrar a juventude sem escola<br />As crianças mortas<br />Celebrar nossa desunião<br />Vamos celebrar <em>Eros¹ </em>e<em> Thanatos²<br />Persephone³ </em>e<em> Hades4<br /></em>Vamos celebrar nossa tristeza<br />Vamos celebrar nossa vaidade.<br /><br />Vamos comemorar como idiotas<br />A cada fevereiro e feriado<br />Todos os mortos nas estradas<br />Os mortos por falta de hospitais<br />Vamos celebrar nossa justiça<br />A ganância e a difamação<br />Vamos celebrar os preconceitos<br />O voto dos analfabetos<br />Comemorar a água podre<br />E todos os impostos<br />Queimadas, mentiras e seqüestros<br />Nosso castelo de cartas marcadas<br />O trabalho escravo<br />Nosso pequeno universo<br />Toda hipocrisia e toda afetação<br />Todo roubo e toda a indiferença<br />Vamos celebrar epidemias:<br />É a festa da torcida campeã.<br /><br />Vamos celebrar a fome<br />Não ter a quem ouvir<br />Não se ter a quem amar<br />Vamos alimentar o que é maldade<br />Vamos machucar um coração<br />Vamos celebrar nossa bandeira<br />Nosso passado de absurdos gloriosos<br />Tudo o que é gratuito e feio<br />Tudo que é normal<br />Vamos cantar juntos o Hino Nacional<br />(A lágrima é verdadeira)<br />Vamos celebrar nossa saudade<br />E comemorar a nossa solidão.<br /><br />Vamos festejar a inveja<br />A intolerância e a incompreensão<br />Vamos festejar a violência<br />E esquecer a nossa gente<br />Que trabalhou honestamente a vida inteira<br />E agora não tem mais direito a nada<br />Vamos celebrar a aberração<br />De toda a nossa falta de bom senso<br />Nosso descaso por educação<br />Vamos celebrar o horror<br />De tudo isso - com festa, velório e caixão<br />Está tudo morto e enterrado agora<br />Já que também podemos celebrar<br />A estupidez de quem cantou esta canção.<br /><br /><em>Venha, meu coração está com pressa<br />Quando a esperança está dispersa<br />Só a verdade me liberta<br />Chega de maldade e ilusão.<br /><br />Venha, o amor tem sempre a porta aberta<br />E vem chegando a primavera -<br />Nosso futuro recomeça:<br />Venha, que o que vem é perfeição</em><br /><br />Renato Russo<br /><em></em><br /><em></em><br /><em></em><br /><em>Eros¹</em>: deus grego do amor(cupido)<br /><em>Thanatos²</em>: no grego, personificação da morte<br /><em>Peserphone³</em>: Filha de Zeus, esposa de Hades<br /><em>Hades4</em>: Deus das trevas<br /><br /><br /><br />Música de Renato Russo. Irônica e verdadeira. Rapaz.. Essa letra é um choque! Ainda que saibamos que tudo nela é verdade. E no final, a parte em itálico, dá uma esperança.. Enfim, essa é uma música que toca você, Renato tinha essa capacidade, tocar as pessoas com suas letras que têm sempre mensagens interessantes.<br />E quem quiser a música, já sabe como né? Email nos comentários.<br /><br />Para conhecê-lo:<br /><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Renato_Russo">http://pt.wikipedia.org/wiki/Renato_Russo</a><br /><br />Com carinho, <strong><span style="color:#ff0000;">Rosália Souza</span>.</strong>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-23933766106920553242008-01-30T08:24:00.000-08:002008-01-30T09:00:40.534-08:00A Moreninha“...assim como o grito tem o eco, a flor o aroma e a dor o gemido, tem o amor o suspiro; ah! o amor é demoninho que não pede para entrar no coração da gente e, hóspede quase sempre importuno, por pior trato que lhe dê, não desconfia, não se despede, vai-se colocando e deixando ficar, sem vergonha nenhuma, faz-se dono da casa alheia, toma conta de todas as ações, leva o seu domínio muito cedo aos olhos, e às vezes dá tais saltos no coração, que chega a ir encarapitar-se no juízo.”<br /><br />"..nas lágrimas de amor há, como na saudade, uma doce amargura, que é veneno que não mata, por vir sempre temperado com o reativo da esperança.."<br /><br />"...como é sublime deitar-se o estudante no solitário leito e ver-se acompanhado pela imagem da bela que lhe vela no pensamento, ou despertar ao momento de ver-se em sonhos sorvendo-lhe nos lábios voluptuosos beijos!"<br /><br />Trechos do romance romântico <em>A Moreninha. </em>Escrito por um dos maiores expoentes do Romantismo, um dos fundadores do romance no Brasil, <em>Joaquim Manuel de Macedo</em>.<br /><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Manuel_de_Macedo">http://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Manuel_de_Macedo</a><br />Um dos romances que iniciou o Romantismo foi extamente <em>A Moreninha</em> e inspirou dois filmes e duas novelas da Globo, a segunda novela foi a pioneira exibida em cores pela Globo. Ah, virou até ópera!<br />Eu pensei em colocar uns videozinhos das novelas, mas é muito piegas! Rsrs.. Ler o livro é bem mais emocionante! Particularmente, como sou uma romântica boba(rsrs), eu adorei!<br />Então é isso, vou ficando por aqui.. "Aqueeeellee abraaço"<br /><strong><span style="color:#ff0000;">Rosália Souza.</span></strong>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-22445198617772973532008-01-29T12:32:00.000-08:002008-02-06T10:26:51.583-08:00Camões!<div align="left"><span style="color:#000000;">º Erros meus, má fortuna, amor ardente<br />Em minha perdição se conjuraram;<br />Os erros e a fortuna sobejaram,<br />Que para mim bastava amor somente.<br /><br />Tudo passei; mas tenho tão presente<br />A grande dor das cousas que passaram,<br />Que as magoadas iras me ensinaram<br />A não querer já nunca ser contente.<br /><br />Errei todo o discurso de meus anos;<br />Dei causa [a] que a Fortuna castigasse<br />As minhas mal fundadas esperanças.<br /><br />De amor não vi senão breves enganos.<br />Oh! quem tanto pudesse, que fartasse<br />Este meu duro Gênio de vinganças! º<br /><br /></span></div><div align="left"><span style="color:#000000;">º Busque Amor novas artes, novo engenho,</span></div><div align="left"><span style="color:#000000;">Para matar-me, e novas esquivanças; </span></div><div align="left"><span style="color:#000000;">que não pode tirar-me as esperanças, </span></div><div align="left"><span style="color:#000000;">que mal me tirará o que eu não tenho.</span></div><div align="left"><br /><span style="color:#000000;">Olhai de que esperanças me mantenho!</span></div><div align="left"><span style="color:#000000;">Vede que perigosas seguranças!</span></div><div align="left"><span style="color:#000000;">Que não temo contrastes nem mudanças, </span></div><div align="left"><span style="color:#000000;">andando em bravo mar, perdido o lenho.</span></div><div align="left"><br /><span style="color:#000000;">Mas, conquanto não pode haver desgosto</span></div><div align="left"><span style="color:#000000;">onde esperança falta, lá me esconde</span></div><div align="left"><span style="color:#000000;">Amor um mal, que mata e não se vê.</span></div><div align="left"><span style="color:#000000;"></span></div><div align="left"><span style="color:#000000;"></span></div><div align="left"><span style="color:#000000;"></span></div><div align="left"><span style="color:#000000;"></span></div><div align="left"><span style="color:#000000;"></span></div><div align="left"><span style="color:#000000;"></span></div><div align="left"><span style="color:#000000;"></span></div><div align="left"><span style="color:#000000;">Que dias há que n’alma me tem posto</span></div><div align="left"><span style="color:#000000;">um não sei quê, que nasce não sei onde,</span></div><div align="left"><span style="color:#000000;">vem não sei como, e dói não sei porquê. º<br /><br /><br />Camões é considerado, até hoje, o maior poeta português. Contudo, pouco se sabe sobre sua vida. Foi decerto, um homem do mundo, viajando por três continentes.<br />Tenta-se reconstruir um pouco da vida do poeta através de suas cartas e versos. Pela sua cultura e por alguns outros vestígios encontrados por historiadores, supõe-se que tenha passado por Coimbra, embora não tenha estudado regularmente na universidade local. Ainda jovem, serviu ao exército em Ceuta, onde perdeu um olho. Morou ainda por muito tempo no Oriente, em Macau e em Moçambique. Salvou-se a nado de um naufrágio na costa de Goa; supostamente, além de sua vida, também teria salvo os originais de Os Lusíadas. Voltou a Lisboa, onde viveu miseravelmente até a sua morte.<br />Imprimiu em todos os seus versos, tanto os históricos quantos os amorosos, a sua vivência pessoal – que não foi a vivência de um homem comum, mas de alguém de vasta cultura e temperamento de homem de ação.<br />Alguns de seus poemas líricos foram publicados ainda em vida, espalhados em outras obras, mas só foram reunidos em Rimas, quinze anos após sua morte. Nele, aparece o amor idealizado e inatingível, mas também a paixão carnal.<br />Já o épico Os Lusíadas foi publicado em 1572, rendendo ao poeta fama imediata e uma pensão vitalícia – que raramente chegou as suas mãos.<br />Inspirado na Eneida de Virgílio, buscou imortalizar as glórias do império português em 1102 estrofes, rimas em disposição ab-ab-ab-cc e versos decassílabos heróicos e sáficos.</span></div><div align="left"><span style="color:#000000;"></span></div><div align="left"><span style="color:#000000;">É isso ae,</span><strong><span style="color:#000099;">Danilo Sátiro.</strong></span></div>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-29977490570253222552008-01-28T04:51:00.000-08:002008-01-28T05:24:43.910-08:00Mensagem à poesia<strong>Não posso</strong><br /><strong>Não é possível</strong><br /><strong>Digam-lhe que é totalmente impossível</strong><br /><strong>Agora não pode ser</strong><br /><strong>É impossível</strong><br /><strong>Não posso.</strong><br /><strong>Digam-lhe que estou tristíssimo, mas não posso ir esta noite ao seu encontro.</strong><br /><br /><strong>Contem-lhe que há milhões de corpos a enterrar</strong><br /><strong>Muitas cidades a reerguer, muita pobreza pelo mundo.</strong><br /><strong>Contem-lhe que há uma criança chorando em alguma parte do mundo</strong><br /><strong>E as mulheres estão ficando loucas, e há legiões delas carpindo</strong><br /><strong>A saudade de seus homens; contem-lhe que há um vácuo</strong><br /><strong>Nos olhos dos párias, e sua magreza é extrema; contem-lhe</strong><br /><strong>Que a vergonha, a desonra, o suicídio rondam os lares, e é precisoreconquistar a vida</strong><br /><strong>Façam-lhe ver que é preciso eu estar alerta, voltado para todos os caminhos</strong><br /><strong>Pronto a socorrer, a amar, a mentir, a morrer se for preciso.</strong><br /><strong>Ponderem-lhe, com cuidado – não a magoem... – que se não vou</strong><br /><strong>Não é porque não queira: ela sabe; é porque há um herói num cárcere</strong><br /><strong>Há um lavrador que foi agredido, há um poça de sangue numa praça.</strong><br /><strong>Contem-lhe, bem em segredo, que eu devo estar prestes, que meus</strong><br /><strong>Ombros não se devem curvar, que meus olhos não se devem</strong><br /><strong>Deixar intimidar, que eu levo nas costas a desgraça dos homens</strong><br /><strong>E não é o momento de parar agora; digam-lhe, no entanto</strong><br /><strong>Que sofro muito, mas não posso mostrar meu sofrimento</strong><br /><strong>Aos homens perplexos; digam-lhe que me foi dada</strong><br /><strong>A terrível participação, e que possivelmente</strong><br /><strong>Deverei enganar, fingir, falar com palavras alheias</strong><br /><strong>Porque sei que há, longínqua, a claridade de uma aurora.</strong><br /><strong>Se ela não compreender, oh procurem convencê-la</strong><br /><strong>Desse invencível dever que é o meu; mas digam-lhe</strong><br /><strong>Que, no fundo, tudo o que estou dando é dela, e que me</strong><br /><strong>Dói ter de despojá-la assim, neste poema; que por outro lado</strong><br /><strong>Não devo usá-la em seu mistério: a hora é de esclarecimento</strong><br /><strong>Nem debruçar-me sobre mim quando a meu lado</strong><br /><strong>Há fome e mentira; e um pranto de criança sozinha numa estrada</strong><br /><strong>Junto a um cadáver de mãe: digam-lhe que há</strong><br /><strong>Um náufrago no meio do oceano, um tirano no poder, um homem</strong><br /><strong>Arrependido; digam-lhe que há uma casa vazia</strong><br /><strong>Com um relógio batendo horas; digam-lhe que há um grande</strong><br /><strong>Aumento de abismos na terra, há súplicas, há vociferações</strong><br /><strong>Há fantasmas que me visitam de noite</strong><br /><strong>E que me cumpre receber, contem a ela da minha certeza</strong><br /><strong>No amanhã</strong><br /><strong>Que sinto um sorriso no rosto invisível da noite</strong><br /><strong>Vivo em tensão ante a expectativa do milagre; por isso</strong><br /><strong>Peçam-lhe que tenha paciência, que não me chame agora</strong><br /><strong>Com a sua voz de sombra; que não me faça sentir covarde</strong><br /><strong>De ter de abandoná-la neste instante, em sua imensurável</strong><br /><strong>Solidão, peçam-lhe, oh peçam-lhe que se cale</strong><br /><strong>Por um momento, que não me chame</strong><br /><strong>Porque não posso ir</strong><br /><strong>Não posso ir</strong><br /><strong>Não posso.</strong><br /><br /><strong>Mas não a traí. Em meu coração</strong><br /><strong>Vive a sua imagem pertencida, e nada direi que possa</strong><br /><strong>Envergonhá-la. A minha ausência</strong><br /><strong>É também um sortilégio</strong><br /><strong>Do seu amor por mim. Vivo do desejo de revê-la</strong><br /><strong>Num mundo em paz. Minha paixão de homem</strong><br /><strong>Resta comigo; minha solidão resta comigo; minha</strong><br /><strong>Loucura resta comigo. Talvez eu deva</strong><br /><strong>Morrer sem vê-Ia mais, sem sentir mais</strong><br /><strong>O gosto de suas lágrimas, olhá-la correr</strong><br /><strong>Livre e nua nas praias e nos céus</strong><br /><strong>E nas ruas da minha insônia. Digam-lhe que é esse</strong><br /><strong>O meu martírio; que às vezes</strong><br /><strong>Pesa-me sobre a cabeça o tampo da eternidade e as poderosas</strong><br /><strong>Forças da tragédia abastecem-se sobre mim, e me impelem para a treva</strong><br /><strong>Mas que eu devo resistir, que é preciso...</strong><br /><strong>Mas que a amo com toda a pureza da minha passada adolescência</strong><br /><strong>Com toda a violência das antigas horas de contemplação extática</strong><br /><strong>Num amor cheio de renúncia. Oh, peçam a ela</strong><br /><strong>Que me perdoe, ao seu triste e inconstante amigo</strong><br /><strong>A quem foi dado se perder de amor pelo seu semelhante</strong><br /><strong>A quem foi dado se perder de amor por uma pequena casa</strong><br /><strong>Por um jardim de frente, por uma menininha de vermelho</strong><br /><strong>A quem foi dado se perder de amor pelo direito</strong><br /><strong>De todos terem um pequena casa, um jardim de frente</strong><br /><strong>E uma menininha de vermelho; e se perdendo</strong><br /><strong>Ser-lhe doce perder-se...</strong><br /><strong>Por isso convençam a ela, expliquem-lhe que é terrível</strong><br /><strong>Peçam-lhe de joelhos que não me esqueça, que me ame</strong><br /><strong>Que me espere, porque sou seu, apenas seu; mas que agora</strong><br /><strong>É mais forte do que eu, não posso ir</strong><br /><strong>Não é possível</strong><br /><strong>Me é totalmente impossível</strong><br /><strong>Não pode ser não</strong><br /><strong>É impossível</strong><br /><strong>Não posso.</strong><br /><strong></strong><br /><strong>Vinícius de Moraes</strong><br /><br /><br />É enorme! Mas está entre uma das minhas preferidas, pra mim é perfeita.<br />Tenho uma interpretação muito pessoal dela, por isso não posso dividir com vocês.. Mas vejo também algo que muitos se lerem atentamente perceberão: é como se fosse uma pequena ruptura com a poesia, diante de tantas cosias que se passam aos olhos, que podem ser repugnates ou amáveis, é importante que ele esteja ao lado, pois ele também é humano, e tbm sofre, também ama, é o seu destino.<br />Este poema está no livro "<em>Antologia Poética</em>"(1960, pág 160) e também no cd de mesmo nome onde Vinícius com a participação de Toquinho, Edu Lobo e outros recita os poemas. É lindo! Quem quiser escutar, deixe por favor o email nos comentários =) A voz de Vinícius é uma coisa impressionante, guarda alguma ternura, apesar de algumas palavras duras.. "palavras duras em voz de veludo"(Paralamas do sucesso), é como eu calissificaria. E ainda tem um instrumental de fundo belíssimo! Piano.. Nossa, de chorar!<br />Mas é isso, post fica por aqui. Abraço pessoal!<br /><span style="color:#ff0000;"><strong>Rosália Souza.</strong></span>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6258956995411483340.post-45523028085532222642008-01-24T13:10:00.000-08:002008-01-24T13:18:19.373-08:00Carlos Drummond de Andrade<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5BAQGu88MJj-xMdEnH4xAWtkgh7-s_h-v8OYhRKMBtHy0hzULoK69aEvx9g3V_kR2Fnk5cXTj89B-OfAQXVZbS02jvebRbN5jbEj-Nd4MAFhQIa7yQARydBrT4SR16lPv6vpY7d-VpCP5/s1600-h/Drummond_smile.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5159155068170930066" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5BAQGu88MJj-xMdEnH4xAWtkgh7-s_h-v8OYhRKMBtHy0hzULoK69aEvx9g3V_kR2Fnk5cXTj89B-OfAQXVZbS02jvebRbN5jbEj-Nd4MAFhQIa7yQARydBrT4SR16lPv6vpY7d-VpCP5/s320/Drummond_smile.jpg" border="0" /></a><br /><div>- Amor e Seu Tempo</div><br /><div><br />Amor é privilégio de maduros</div><div>Estendidos na mais estreita cama,</div><div>Que se torna a mais larga e mais relvosa,</div><div>Roçando, em cada poro, o céu do corpo.</div><div><br />É isto, amor: o ganho não previsto,</div><div>O prêmio subterrâneo e coruscante,<br />Leitura de relâmpago cifrado,</div><br /><div>Que, decifrado, nada mais existe<br />Valendo a pena e o preço do terrestre,</div><div>Salvo o minuto de ouro no relógio</div><div>Minúsculo, vibrando no crepúsculo.</div><div><br />Amor é o que se aprende no limite,</div><div>Depois de se arquivar toda a ciência</div><div>Herdada, ouvida. amor começa tarde.</div><br /><div></div><br /><div>- Memória</div><div><br />Amar o perdido </div><div>deixa confundido este coração.<br />Nada pode o olvido.<br />contra o sem sentido</div><div>apelo do Não. </div><div><br />As coisas tangíveis</div><div>tornam-se insensíveis</div><div>à palma da mão.<br /></div><div>Mas as coisas findas,<br />muito mais que lindas,</div><div>essas ficarão.<br /></div><br /><div>Com Carinho,Danilo Sátiro.</div>Entalpia poéticahttp://www.blogger.com/profile/16518828542910763559noreply@blogger.com0